10 de março de 2010

The e-Waste Land

Nesses tempos de lomo e digital harinezumi eu voltei a usar pilhas com maior frequência do que gostaria. Mesmo tendo algumas recarregaveis, às vezes acabo tendo que recorrer às descartáveis. Como não é sempre que uma lixeira especial está por perto, vou guardando várias em casa pra poder jogar fora no lugar certo depois.

Mas as pilhas são apenas uma pequena parte do problema. Com o avanço tecnológico, os produtos eletrônicos sofrem modificações que deixam versões anteriores obsoletas do dia pra noite. E nós, deslumbrados que somos, atualizamos nosso estoque de gadgets inúteis como se não houvesse amanhã.


Segundo a ONU, o Brasil é o maior produtor de lixo eletrônico per capita entre os países emergentes. Além disso, a menção aos produtos eletro-eletrônicos foi retirada do projeto de lei (PL 203/91), que irá definir a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ou seja: aparentemente o país não tem o menor interesse em reverter esse quadro.

De olho nesses dados assustadores, o coletivo Lixo Eletrônico criou um manifesto online para pressionar deputados e senadores a mudarem o PL. Você pode contribuir assinando aqui!

Mas esse pepino nãó é só nosso não. Segundo o Greenpeace, 20 a 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são geradas no mundo a cada ano e esse tipo de resíduo representa hoje 5% de todo o lixo sólido do mundo (quase empatando com as nossas queridas embalagens plásticas). Pra não ter que lidar com esse problema, alguns países exportam seu e-waste para nações pobres. Gana, por exemplo, está se tornando um verdadeiro lixão a céu aberto, como mostrou esse ensaio fotográfico.



O problema do lixo eletrônico vai muito além da poluição visual. Na composição de muitos desses produtos há metais pesados, como mercúrio, fósforo, cádmio e chumbo, que podem se espalhar pelo solo, água e ar prejudicando a saúde dos seres que habitam esses locais.


Pra quem deseja adotar uma atitude mais responsável com o seu lixo eletrônico, o site Descarte Certo parece ser uma boa opção (dica do Radar 55). O cliente se cadastra e agenda a coleta pela internet. Infelizmente o serviço só está disponível em alguns estados e é pago, mas já é alguma coisa.

Lembrando que são classificados como "lixo eletroeletrônico": celulares, baterias e carregadores, pilhas, computadores, notebooks, televisores, monitores, vídeos cassete, DVDs, faxes, impressoras, ferros de passar roupa, aspiradores de pó, secadores de cabelo, máquinas de lavar roupa e louças, fogões, geladeiras, microondas, ipods, aparelhos de som, CDs e fitas cassete.

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